Na aposta do IDC, o Windows Phone, que hoje tem 3,8% de participação no mercado de smartphones, passará a 20,3% em 2015. O iOS vai crescer em número absoluto de unidades, mas crescerá menos que o total do mercado. Desta forma, sua participação cairá de 18,2% para 16,9%, acredita o IDC.
De acordo com o IDC, o Windows Phone deve se beneficiar da decisão da maior fabricante de celulares do mundo, a Nokia, de adotar o sistema. Com isso, a Microsoft vai herdar quase todo o mercado que no momento é reservado ao Symbian, plataforma atual dos smartphones Nokia.
Atualmente, o Symbian controla 20,6% do total do mercado de fones inteligentes. Em 2015, sobrará apenas um traço de 0,1%, com os poucos aparelhos fabricados até o final de 2011 em estoque. Em 2012, a Nokia deve passar a vender apenas smartphones com sistema Windows.
O Google deverá ampliar sua liderança, passando de 38,9% para 43,8%.
O Windows Phone
A Microsoft sabe que o mundo dos celulares é onde está a evolução, e está determinada a fazer parte dele.
Depois de anos de vendas cada vez menores dos seus telefones com o sistema Windows Mobile, a empresa está apostando em um recomeço — um sistema completamente novo para celulares.
Os novos aparelhos vão rivalizar com o tão conhecido iPhone, da Apple, e com o crescente número de telefones Android, o sistema operacional do Google.
O primeiro telefone com o sistema da Microsoft, o Windows Phone 7, é o Samsung Focus, que chegou às lojas dos EUA, Europa e China em novembro pela operadora AT&T. Ele foi seguido por mais dois modelos vendidos pela mesma operadora nos EUA, da LG e da HTC. Outro modelo da HTC com Windows Phone 7 também foi vendido pela T-Mobile nos EUA.
Estes telefones devem chegar ao Brasil até o fim do ano, de acordo com a Microsoft, que não deu mais detalhes. A empresa também havia lançado outro pacote de software para outro telefone, o Kin, que foi tirado do mercado apenas dois meses após o lançamento, tendo vendido apenas poucos aparelhos. O Windows Phone 7 é diferente, e a Microsoft está apostando tudo nele.
A empresa anunciou 11 modelos de telefones com o novo sistema para o mercado norte-americano, incluindo um aparelho da Dell, e diz ter firmado o compromisso de vendas com 60 operadoras móveis em 30 países para lançar o Windows Phone 7.
No último trimestre de 2010 a versão anterior, o Windows Mobile, foi responsável por apenas 5% do mercado global de smartphones, liderado pelo Symbian (usado principalmente pela Nokia) com 41%, e seguido pelo BlackBerry (18%), pelo Android (17%) e pelo iPhone (14%), de acordo com a consultoria Gartner.
Do ponto de vista do hardware, os telefones Windows Phone 7 são parecidos com os telefones Android: eles têm telas de toque grandes, e alguns modelos têm teclado deslizante.
Para se diferenciar dos concorrentes, a Microsoft deu ao sistema uma cara diferente. Em parte, é baseada no design do tocador MP3 da empresa, o Zune. A tela principal têm é coberta de atalhos quadrados que também trazem informações importantes para o usuário, como novos e-mails e atualizações dos amigos no Facebook.
Por exemplo, o programa de previsão do tempo pode mostrar quais são as condições do tempo a cada momento; os atalhos para a biblioteca de fotos e música mostra a capa do último CD que a pessoa ouviu ou a última foto tirada.
Tanto o iPhone e o Android são mais centrados nos aplicativos — o usuário tem que abrir um aplicativo para ver novas informações. Porém, algumas empresas, como a Motorola, têm feito modificações de software no Android para mostrar informações na hora, como no Windows Phone 7.
“Queremos que você pegue a informação na hora e depois volte a fazer o que estava fazendo”, disse o CEO da Microsoft Steve Ballmer em um evento de apresentação em Nova York. Ele definiu o sistema como “um tipo de telefone muito diferente”. O software foi desenvolvido para funcionar com as ferramentas da Microsoft, como o Office, ou a rede de games Xbox Live. Antes, o sistema não teria suporte ao recurso de “copiar e colar”, mas a empresa afirmou nesta segunda que ele será incluído em uma atualização de softwaree no ano que vem.
Para fazer do Windows Phone 7 um sucesso, a Microsoft tem que conquistar não só as fabricantes e operadoras de celular, mas também os desenvolvedores de aplicativos. A popularidade do iPhone e do Android deve-se em parte por causa dos milhares de pequenos aplicativos ou “apps” criado por desenvolvedores terceiros.
Embora existam dezenas de milhares de aplicativos para o Windows Mobile, eles não vão funcionar no novo Windows Phone 7, então a Microsoft têm de recrutar toda uma nova base de desenvolvedores. Eles, porém, podem preferir esperar para saber se o sistema será mesmo um sucesso entre os consumidores antes de se dedicar inteiramente a criar aplicativos.
A Microsoft mostrou ainda aplicativos da produtora de games Electronic Arts e do site Internet Movie Database (IMDB), mas uma base mais ampla de desenvolvedores será crucial para a empresa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário